Nacional

Assédio sexual na entrevista de emprego



O jornal online independente The Intercept Brasil publicou recentemente uma reportagem, feita pela repórter Débora Lopes, sobre casos de assédio em entrevista de emprego.

A jovem Larissa (nome fictício), de 19 anos, estava em busca de emprego para ajudar a mãe, que passou a sustentar a casa sozinha após perder o marido, vítima da covid-19, em 2021.

Na busca por emprego, Larissa encontrou, no LinkedIn, o perfil do recrutador Bruno Bianchi, que se apresentava como head of growth (chefe de expansão, em tradução livre), conselheiro estratégico, cientista de vendas e fundador de empresas, entre outras ocupações.

A suposta vaga era para trabalhar com prospecção de clientes e vendas de um sistema de informática, o trabalho seria remoto e poderia ganhar pouco mais de R$ 1.500. Os dois conversaram pela rede social e em seguida via Google Meet, onde Bruno explicou tudo sobre a empresa.

Depois, o recrutador teria sugerido uma entrevista presencial. O endereço, segundo a reportagem, não levantava suspeitas e ficava localizado em Alphaville, na região metropolitana de São Paulo.

Ao entrar no prédio, Larissa afirma que começou a desconfiar de que era um edifício residencial. Ela conta que o primeiro susto aconteceu quando Bruno a recebeu sem máscara, descalço, de calça e camisa de botão levemente aberta, e o local: uma residência.

Durante a conversa, a mesma que tiveram na videochamada, Bruno a convida para mostrar o sistema informático dentro de seu quarto. Enquanto ele mostrava o sistema, ela continuou de pé olhando. Então, ele perguntou se ela toparia fazer um treinamento rápido e sugeriu que se sentasse em seu colo. “Não sabia o que fazer. Estava com medo dele", diz ela para a reportagem.

A reportagem completa, e com mais detalhes, pode ser lida no site do Intercept. O assunto só veio a tona após Larissa fazer um post em sua rede social para relatar o assédio sexual do recrutador. Pelo menos três mulheres afirmaram ter passado por situação semelhante com o mesmo recrutador. Além de Larissa, o Intercept ouviu seis pessoas que confirmaram os relatos de abuso de Biachi.

O assédio é previsto como crime no Código Penal (art. 216-A) que diz: Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001). O crime é previsto com pena de 1 a 2 anos.
 
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